Baiano, de Salvador, Mário Cravo Júnior fez parte da primeira geração modernista da Bahia e é considerado o artista que mais estimulou e valorizou os elementos da cultura popular em sua produção artística. Especialista em monumentos, Mário deixa um legado imensurável na cidade de Salvador com “A cruz caída”, o “Memorial a Clériston Andrade”, e “O monumento às quatro raças”, por exemplo, e em Feira de Santana com a “Caveira de Boi”, que é a obra do mês de agosto.
Em suas obras de arte nota-se uma busca pelas formas puras, despojadas e relacionadas ao mundo orgânico e natural. Na obra do mês de agosto há a presença de um regionalismo, que valoriza um dos símbolos da cultura nordestina, o boi, intimamente ligado a história do vaqueiro e a vida sertaneja.
Feita de metal, em 1952, a escultura conhecida como Caveira de Boi pode ser lida como a representação moderna de um dialogo entre a cultura popular do interior da Bahia com a modernização presente em todo o Brasil na década de 50, marcada por um grande êxodo rural e processos de industrialização no governo de Gétulio Vargas. A representação em metal eterniza a imagem de um animal efêmero, que pode morrer nas grandes secas do sertão, mas também poderá transforma-se em armadura para os vaqueiros.
Mais imagens aqui, fotografia de Ion Cortez.