Janela da vida

Olhei da janela da vida

E me vi criança, me vi ainda menino

E me veio à lembrança imagens da minha infância

Senti saudade de mim e dos amigos tão distantes,

Que o destino separou na busca de outras vidas

Ou de novas emoções

Pensei fechar a janela

Tentei sorrir ou chorar

Mas olhando de novo pela abertura

Pude ver na minha infância

O quanto fui feliz

Quando eu simplesmente era

Um projeto do futuro,

Livro ainda não lido

Por supressão ou quem sabe

Pela falta de curiosidade

Curiosidade essa, tão presente naquele momento.

Hoje me sinto o presente

Broto do dia de amanhã

Que sempre será uma surpresa

Apesar de tão esperado

Pois, quem na terra põe semente

Quem no futuro e no homem acreditar

Não peca por omissão

 

Não chora a falta do pão

Cultiva um novo amanhecer

Com os primeiros raios de sol

Irão com certeza nascer

E dessa mesma janela

Vi minha terra; mãe, irmã e amiga

Que transborda em riqueza

Que nos dá vida e o descanso

E preparou sua beleza

Para nós os homens

Para nós os seus filhos

Para nós os irmãos

Tentarmos ao menos alcançar a felicidade

Nesta terra meu planeta

Neste Brasil minha pátria

Nesta Feira de Santana meu berço

Antonio Braga

 

 

Antonio Braga é feirense, homem de muita luta, músico e encantador de palavras. Há muitos anos escolheu a Terra da Garoa como morada, uma distância significativa, mas que não o tirou, o carinho e apreço pela Princesinha do Sertão que o viu crescer e se tornar um homem de bem.  Convidado para abrilhantar ainda mais a Exposição Dois Irmãos: Duas Formas de Perceber o Mundo, Antonio Braga com maestria escreveu Janela da Vida, um poema de um feirense dedicado a sua querida Feira de Santana.