A Exposição PRISMA materializa um importante intercâmbio internacional de artistas em solo feirense. O recorte curatorial propõe reunir painéis reflexivos sobre arte e sociedade, estruturando tessituras expositivas que ancoradas em imagens-textos, despretensiosamente, fissurem arranjos discursivos sobre corpos, arquiteturas e cotidianos.

 

O traço marcante da lida com “imagens dialéticas” entrecruza as trajetórias de Edson Machado, George Lima, Juraci Dórea, Maristela Ribeiro e Karen Ostrom; oportunizando, cada um a seu modo, a realizar fortuitos encontros entre obra de arte e espectador, no salutar devir entre memórias.

 

Na presente mostra os recursos de escape à justaposição da ordem visual, possibilitam-lhes transpor narrativas legíveis no espaço museal, para alçar campos de leituras sensíveis, numa pauta que percorre as singularidades, exercitando conjunta e criticamente, contrapontos às famigeradas micropolíticas culturais contemporâneas e suas ambiguidades.

 

O locus privilegiado para apresentação coletiva destes, que podem ser considerados “mapas para o desvio do olhar” é o Museu Regional de Arte, uma escolha nada aleatória, vez que se trata da pioneira e icônica instituição museológica do interior do estado, que ao longo de seus 52 anos de atuação, evoca e contribui para a dinamização do cenário cultural feirense, em salutares perspectivas, como a aqui descrita.

 

Vida longa, portanto, as “insurgências do olhar” aguçadas pelo coletivo artístico em evidência.

 

Cartaz
Cartaz

Cristiano Silva Cardoso

Museólogo, Diretor MRA